Família Gaúcha: cuidar de gente é investir no futuro

No Rio Grande do Sul, aprendemos cedo que a palavra “família” vai muito além dos laços de sangue. Representa acolhimento, pertencimento e a certeza de que ninguém deve ficar para trás. Foi com essa convicção que lançamos, há poucos dias, o Programa Família Gaúcha, que pretende reduzir as vulnerabilidades sociais e oferecer às famílias gaúchas oportunidades reais de transformação.

O programa surge em um momento decisivo da nossa história recente. A enchente de 2024 foi a maior tragédia climática que o nosso Estado já enfrentou. Em poucos dias, vimos 357 municípios entrarem em situação de emergência e 95 decretarem calamidade. Mais de 200 mil famílias foram diretamente afetadas, perdendo suas casas, suas memórias e perspectivas. Diante de um cenário tão desafiador, ficou ainda mais evidente que o combate à pobreza e à desigualdade precisa ser estruturado, contínuo e intersetorial.

O Família Gaúcha é a resposta concreta a essa realidade. Vai além de um programa assistencial: representa uma nova forma de olhar para as políticas sociais. Ao longo de 22 meses, mais de 10 mil famílias receberão acompanhamento sistemático em 92 municípios. Cada uma delas será atendida por profissionais capacitados, que atuarão diretamente nos territórios e terão a missão de construir soluções junto com as famílias.

Esse trabalho será realizado a partir de um critério técnico: o Índice de Vulnerabilidade da Família do RS, que nos permite identificar e priorizar aqueles que mais precisam do apoio do Estado. O acompanhamento será individualizado e contínuo, respeitando a realidade de cada família e suas necessidades específicas. Porque, a partir deste panorama, é preciso entender que a pobreza não é apenas a ausência de renda. É também a falta de acesso à saúde, à educação, ao saneamento, ao trabalho e às oportunidades.

A política social precisa ir além da proteção. Precisa abrir portas, oferecer caminhos e criar condições para que cada pessoa possa caminhar com autonomia. Eu digo sempre que cuidar de pessoas não é despesa, mas sim investimento. Investimento em dignidade, em oportunidades e futuro. O Família Gaúcha simboliza esse compromisso: o de um Estado que não se limita a responder às urgências, mas que trabalha para transformar estruturas e romper ciclos de pobreza que se repetem há gerações.

Nenhum governo sozinho consegue enfrentar um desafio desta dimensão. Por isso, o programa nasce também como um convite à cooperação entre União, Estado e municípios, com o apoio das organizações da sociedade civil e de todos os setores comprometidos com um Rio Grande do Sul mais justo.

Acredito muito que essa é a essência do nosso trabalho na Secretaria de Desenvolvimento Social: olhar para cada pessoa com empatia e responsabilidade, entendendo que por trás de cada vulnerabilidade há um potencial esperando por oportunidades. Trabalhamos para garantir que essas oportunidades cheguem onde elas são mais urgentes. E que, com isso, cada gaúcho e cada gaúcha tenha a chance de construir, com dignidade, a sua própria história.

Artigo publicado no Jornal Diário de Santa Maria

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