Quando proteger virou missão de todos

Há um ano, o Rio Grande do Sul enfrentava um dos momentos mais desafiadores da sua história. Em poucos dias, ruas se transformaram em rios, casas desapareceram sob a força da água e famílias inteiras perderam tudo – bens materiais e memórias de uma vida. Mas, mesmo diante da destruição, a esperança permaneceu.

O que ficou marcado na memória de quem viveu de perto aquelas semanas não foi apenas o triste cenário, mas a solidariedade. Uma rede de proteção que não nasceu do acaso, mas do sentimento de amor ao próximo por milhares de pessoas em todo o Brasil e, também, da responsabilidade de quem governa com o olhar voltado para as pessoas.

Montamos abrigos, organizamos acolhimentos e, junto a equipes municipais e voluntários, garantimos o básico: segurança, dignidade, comida e roupas quentes. Não foi apenas uma operação logística: foi uma resposta urgente e necessária, guiada pelo compromisso de estar presente quando mais se precisa.

Mas sabíamos que a resposta precisava ir além da emergência. Estruturamos uma série de políticas públicas para enfrentar a falta de acolhimento e a falta de moradia. Com o Aluguel Social, mais de 8 mil famílias puderam encontrar um novo teto, enquanto reconstruíam suas rotinas.

O programa Volta por Cima garantiu R$ 250 milhões para as mais de 100 mil famílias atingidas. Um apoio direto e rápido para quem precisava recomeçar. O Auxílio Abrigamento garantiu que nenhum município com alojamentos provisórios ficasse sem apoio para cuidar de quem perdeu o seu lar. O SUAS Reconstrução, com um investimento de mais de R$ 26 milhões, assegurou que as cidades atingidas pudessem retomar e ampliar seus atendimentos sociais.

Passado um ano, avançamos muito na estruturação de políticas importantes de inclusão, qualificação e empreendedorismo. Um exemplo disso é o programa Emancipa Família Gaúcha, que vai qualificar 2,2 mil pessoas, de áreas que foram atingidas, com cursos profissionalizantes – e, com a conclusão das aulas, entregar kits para o exercício da atividade. Porque acreditamos que cuidar do social é valorizar o poder transformador do trabalho.

Mais do que respostas emergenciais, os gaúchos atingidos pelas enchentes merecem estratégias permanentes de desenvolvimento social, com oportunidades que fortaleçam a resiliência, com políticas públicas assertivas que gerem dignidade e ampliem o cuidado.

Cuidar das pessoas é mais do que uma tarefa. É o sentido do que fazemos todos os dias. Quando vidas são preservadas, quando há acolhimento e dignidade, sabemos que cumprimos o nosso papel. Seguimos firmes no compromisso com as pessoas, com políticas públicas sérias e que dão resultado. E é com esse compromisso que seguimos em frente: olhando para o futuro e construindo um RS ainda mais forte.

Por Beto Fantinel
Secretário de Desenvolvimento Social do RS
Publicado originalmente no jornal Correio do Povo de 09 de maio de 2025

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