Santa Maria é uma cidade pela qual tenho enorme respeito, compromisso e afeto. Além da sua relevância regional, da força de sua gente e, especialmente, do papel estratégico que exerce na vida de quem vive no centro do Estado, foi em Santa Maria que fiz a minha formação, onde estudei por muitos anos, do colégio técnico à graduação. Ao longo da minha trajetória na vida pública, construí uma relação sólida com o município — uma relação baseada no trabalho e na responsabilidade com quem mais precisa.
Desafios que precisam ser enfrentados com seriedade
Santa Maria vive hoje grandes desafios na área da saúde. Filas para atendimentos, exames e consultas têm tirado o sono de quem depende do SUS. O atual prefeito, Rodrigo Décimo, inclusive reconheceu recentemente a complexidade do problema. É um gesto importante. Afinal, só podemos avançar quando entendemos que se trata de um desafio estrutural, que exige mais do que promessas: exige ação.
Investimentos que fazem a diferença
É por acreditar na força e no potencial de Santa Maria que tenho buscado contribuir para melhorar a saúde pública da cidade. Os investimentos que temos feito são a concretização desse compromisso. Desde 2022, o governo do Estado já destinou mais de R$ 16 milhões ao Hospital Regional, viabilizando obras de ampliação e reforma tão esperadas. Nos dois últimos anos, foram cerca de R$ 6 milhões destinados. Em janeiro deste ano, entregamos a nova Unidade de Hemodinâmica, com capacidade para até 100 procedimentos cardíacos mensais, como cateterismos e angioplastias — um avanço decisivo para salvar vidas com mais agilidade e qualidade. Além disso, vale ressaltar o trabalho de fortalecimento da rede de saúde em toda a região, com investimentos tanto na atenção básica como no credenciamento de novos serviços, que servem de retaguarda à saúde pública em Santa Maria, desafogando os hospitais.
Desde os tempos do governo Sartori, acompanho o processo de evolução do Hospital Regional. Acredito que a instituição pode — e deve — ser uma referência estadual em média e alta complexidade. Não é mais aceitável que pacientes precisem se deslocar para outras cidades em busca de atendimento. Estrutura existe. O que precisamos agora é garantir que ela funcione com eficiência e responsabilidade.
Reforço estrutural no Hospital Casa de Saúde
Também destinamos recursos importantes ao Hospital Casa de Saúde: R$ 1 milhão para a revitalização da fachada e R$ 1,3 milhão para a aquisição de um tomógrafo computadorizado. O hospital estava há quatro anos sem oferecer esse tipo de exame por conta de um equipamento quebrado. Hoje, com o novo tomógrafo, moderno e resolutivo, a população volta a ter acesso a um diagnóstico rápido e preciso.
Tecnologia é aliada, mas planejar é ainda mais importante
Tenho acompanhado ainda a intenção da Prefeitura de implementar serviços como teleconsulta e telemedicina. São avanços bem-vindos, mas que precisam ser inseridos dentro de uma política pública mais ampla. A tecnologia é uma aliada poderosa, mas sozinha não resolve gargalos históricos. É preciso coragem para olhar o sistema de saúde como um todo e fazer os ajustes necessários. E isso passa por planejamento, regionalização, gestão qualificada e valorização dos profissionais da saúde.
Santa Maria como referência regional
Santa Maria não pode ser vista apenas como um município que atende sua própria população. Ela é um polo regional de atendimento — e deve ser tratada como tal pelo poder público. Investir na saúde de Santa Maria é investir no bem-estar de milhares de pessoas que vivem em toda a região central. E mais do que resolver as filas — que são urgentes, sim —, o nosso papel é também o de garantir que a cidade seja referência em atendimento humanizado, resolutivo e de qualidade. Estou e seguirei trabalhando por isso.
Beto Fantinel, secretário de Desenvolvimento Social do Rio Grande do Sul
*Coluna publicada no jornal Diário de Santa Maria em 15 de abril de 2025